ESG é a sigla em inglês para os termos ambiental, social e governança e é utilizado para definir quanto uma empresa minimiza seus impactos no meio ambiente e contribui para uma sociedade mais justa e responsável.
Definida como um conjunto de boas práticas que vem sendo adotado pelas organizações para comprovar sua solidez e garantir um crescimento sustentável, a ESG (Environmental, Social and Corporate Governance) foi o tema em destaque na segunda Plenária Master, de quarta-feira, 17, no 13º Congresso Brasileiro do Algodão (CBA), no Centro de Convenções de Salvador. Participaram das discussões a head research ESG da XP, Marcella Ungaretti, o diretor executivo e gerente geral de Sustentabilidade do Instituto Lojas Renner, Eduardo Ferlauto, e o professor e o fundador da consultoria Ideia Sustentável, Ricardo Voltolini.
Ricardo Voltolini abriu a plenária falando sobre o crescimento da pressão da ESG sobre as empresas. Ele atribui essas mudanças a alguns fatores específicos como a ascensão dos "millennials". "Essa turma já domina 27% dos negócios mundiais e já cresceu impactada pelas questões ambientais e a diversidade", afirmou.
Outro fator é o que ele chama de esgarçamento dos limites da temperatura mundial. "Empresas de todo mundo têm sofrido pressão para redução da emissão de carbono. O Brasil que hoje é o quarto emissor mundial de gás de efeito estufa é um dos países signatários do acordo da ONU para alcançar nas próximas décadas a meta de parar de emitir carbono". Para ele, a sigla impulsiona um movimento diferente. "Hoje, negócios bons são éticos. Daqui para frente, os consumidores vão comprar de empresas que ajam como cidadãos éticos", defende Voltolini.
Para Marcella Ungaretti, quando se fala em investimento, a integração ESG permite uma avaliação das empresas de forma holística, indo além das tradicionais métricas econômico-financeiras. "A adoção de princípios ESG na análise de empresas nos permite trazer para mesa de discussão questões que, além de serem fatores cruciais para o bem da sociedade, manutenção do planeta e construção de um mundo melhor, afetam diretamente os resultados das empresas", disse.
Globalmente, mais de US$ 35 trilhões em ativos sob gestão são gerenciados por fundos que definiram estratégias sustentáveis, o que já representa 35,9% do total de ativos geridos no mundo, dos quais mais de US$ 17 trilhões estão nos EUA, com o país representando 50% do total de investimentos sustentáveis no mundo".
O diretor do Instituto Lojas Renner destacou o trabalho do grupo, que hoje conta com mais de 600 lojas, para desenvolver uma estratégia sustentável, com menor impacto no meio ambiente e maior responsabilidade social. "70% de nossa parte têxtil é adquirida exclusivamente no Brasil. Também chegamos ao uso de quase 100% de algodão certificado", afirmou.
O Instituto Goiano de Agricultura (IGA) está presente no evento, com toda uma estrutura para atender produtores, pesquisadores e demais agendes da cadeia produtiva do algodão. A equipe do IGA leva resultados de pesquisas no campo, com técnicas e soluções para os problemas da lavoura.
Fonte: Abrapa