21/11/2022
Evento reuniu mais de 30 especialistas para debater as próximas safras e prever quais serão os novos experimentos.
O 1º Workshop de Bioinsumos do IGA marca o encontro de grupos que produzem seus próprios bioinsumos para a troca de ideias e compartilhamento de informações. Com parceria entre o IGA e a Embrapa, o evento ocorreu dias 17 e 18 de novembro, na sede do Instituto, com mais de 30 especialistas reunidos para debater como proceder nas próximas safras e prever quais serão os novos experimentos.
Para a engenheira agrônoma na Embrapa Arroz e Feijão, Marta Cristina de Filippi, este é um momento importante para avançar na sustentabilidade do campo. “Acredito que a aplicação e benefícios desses insumos sejam um caminho sem volta. A cada ano há uma adesão maior. No futuro isso será parte do manejo completo das culturas”, diz.
Márcio Cortes trabalha no desenvolvimento de bioinsumos na Embrapa Arroz e Feijão. Ele acredita que o workshop vem de uma ideia de fortalecer a parceria entre IGA e Embrapa sobre o tema. O projeto cresceu e integrou novos parceiros para o desenvolvimento de novos bioinsumos. Para Márcio Cortes, o papel da Embrapa é desenvolver a tecnologia enquanto o IGA faz com que ela chegue até o produtor.
A pesquisadora em fitopatologia e nematologia do IGA, Lais Fontana, vê uma demanda crescente por essa nova tecnologia no mercado, mas avalia que ainda existem vários gargalos a serem resolvidos. “Queremos discutir o que fazer, os próximos passos que devemos seguir para evoluir com esses insumos”, frisa
Leidiane Gouveia trabalha na biofábricas e no controle de qualidade de sementes na empresa JHS Sementes. A profissional participou do workshop em busca de melhorar a qualidade dos bioinsumos que produz. Sua perspectiva é que o encontro consiga fortalecer as empresas e entidades que desenvolvem insumos biológicos e, com isso, reduzir o uso de produtos químicos na lavoura.
O Grupo FMA esteve representado por Brena Barbosa. A assistente de pesquisa ressalta o compartilhamento de experiências, problemas e soluções que cada produtor de bioinsumos passa em suas biofábricas. “Sem esses insumos não haverá agricultura. Os produtos químicos estão ficando economicamente inviáveis, além de representarem mais riscos à saúde para quem os manuseia”, comenta.
Elaine Rio Branco da Silva é assistente da biofábricas na fazenda Santa Maria do Mirante. Para ela, o maior ganho é levar para sua equipe as atualizações sobre essa tecnologia. “Espero que novos encontros como este ocorram com mais frequência, pois o conteúdo é muito valioso para nós”, avalia.
Coordenador da biofábrica do Grupo Shimohira, Marcos Shimohira pode conhecer a realidade dos demais laboratórios de bioinsumos e o trabalho realizado pelo IGA e Embrapa. Para ele, reunir as experiências de produtores e pesquisadores compõem o leque fundamental para tornar essa tecnologia mais eficaz. Marcos defende uma regulamentação para a área, com processos bem definidos para cada microrganismo. Essa regulamentação exige estudos com vistas a um padrão a ser seguido por todos os laboratórios, evitando um descontrole biológico que pode ser prejudicial à lavoura.
Bioinsumos são organismos vivos que promovem o crescimento de plantas ou ajudam a combater pragas. A grande vantagem desse uso de forma integrada dentro do manejo está na sustentabilidade da agricultura. O IGA presta consultoria em processos de multiplicação de bioinsumos, atendendo uma demanda cada vez maior.
Coordenador do workshop, o pesquisador do IGA Robério Neves explicou todo o projeto ao longo destes dois anos, a evolução e os principais resultados referentes às análises, produção e controle de qualidade dos insumos. Processos como a filtragem de água e detalhes da multiplicação das bactérias entraram na pauta. A equipe de pesquisadores do IGA falou ainda de inoculantes, promotores de crescimento, uso de biológicos no controle de pragas e doenças na cultura da soja e do algodão.
Um novo workshop está previsto para 2023. Quem quiser saber mais, pode entrar em contato com o IGA ou a Embrapa.