Foram apresentadas 28 cultivares de 11 empresas, em ensaios experimentais sob manejo do IGA
A sexta-feira, dia 11 de junho, foi marcada pela realização do 5º Tour do Milho no Instituto Goiano de Agricultura (IGA). Atento aos protocolos de segurança acerca da Covid-19, o IGA dividiu os participantes em pequenos grupos de até 10 pessoas cada, todos com horário pré-agendado para que não ocorressem aglomerações. Cada grupo foi recepcionado pela equipe de pesquisadores e técnicos do IGA, que apresentava informações importantes sobre os experimentos de campo que estavam prestes a serem conferidos pelos convidados.
Ao todo, 28 cultivares de 11 empresas estavam disponíveis aos participantes, sobre as quais os representantes de cada empresa puderam apresentar as principais vantagens de cada cultivar, no que tange à produtividade, resistência e tolerância a pragas e doenças, resistência ao estresse hídrico e outros aspectos. Os ensaios de milho são planejados com uma safra de antecedência e coordenados pela equipe de pesquisadores do IGA que busca extrair o máximo de produtividade de cada cultivar, aliando a isso um manejo eficiente e com custo mais baixo para o produtor.
Para o presidente do IGA, Carlos Alberto Moresco, é fundamental disponibilizar os resultados de experimentos de milho nos campos do Instituto. “Organizamos um formato que atende à demanda das empresas, dos agrônomos e demais profissionais da área”, ressalta. Coordenador geral do evento, o pesquisador em entomologia Robério Santos esclarece que o Tour do Milho traz novas informações técnicas e de manejo agronômico que orientam produtores e técnicos das empresas a melhorar o posicionamento das cultivares, para obter o máximo potencial produtivo e mais eficiente manejo fitossanitário.
Por sua vez, a pesquisadora em fitopatologia Lais Fernanda Fontana esclarece que o Tour do Milho é uma grande oportunidade para o produtor ver o desempenho das cultivares do milho em relação ao enfezamento, uma doença virótica transmitida pela cigarrinha, e que trouxe muitos prejuízos na última safra. “Conhecer quais são as cultivares com maior resistência possibilita ao produtor uma melhor estratégia de manejo”, conta. Completando o trio de pesquisa, o pesquisador em fitotecnia e solos Guilherme Anghinoni considera que o produtor que compareceu ao Tour do Milho pode enxergar claramente os efeitos o comportamento dos híbridos em relação à incidência de enfezamento e a ocorrência de acamamento em alguns casos.
Carlos Eduardo Amaral é supervisor agrícola do IGA responsável pela instalação dos ensaios de cultivares do milho. Os plantios ocorreram dias 16 de fevereiro e 10 de março, para identificar a sanidade de cada material. O quadro de chuvas foi espaçado e requisitou irrigação artificial. “Fizemos um manejo cuidadoso e adequado para extrair o máximo de cada híbrido”, lembra.
Diretor executivo do Instituto, Dulcimar Pessatto Filho lembra que o Tour do Milho é o resultado de um processo que envolve discussões técnicas para a escolha e planejamento dos ensaios, definição de empresas parceiras e suas cultivares, organização metodológica, orientação e formação das equipes e muito empenho. “Esta é a coroação de um trabalho que começamos uma safra atrás, antevendo os desafios e soluções que podem contribuir com o campo”, resume.
Percepções
Consultor agrícola do IGA, Wanderley Oishi ressalta que novos materiais e desafios surgem a cada safra de milho. Por ser uma cultura altamente técnica, o Tour do Milho traz uma oportunidade importante para conhecer cada um desses novos materiais. “O IGA tem expertise em ensaios de validação de cultivares e de insumos para o campo”, salienta.
Marcelo Reis é produtor e conferiu o Tour do Milho. Para ele, foi importante avaliar os resultados de materiais em uma safra com adversidades climáticas preocupantes. “É um ano desafiador. Qualquer janela de plantio sofreu impacto climático, e os ensaios trouxeram importantes expressões de produtividade”, afirma.
Vinícius Santos trabalha no Grupo Shimohira e destaca a apresentação dos híbridos. “Há cultivares com boa tolerância a cigarrinha, que tem sido um desafio na região, e conhecer estes materiais nos ajuda a superar este obstáculo”, diz.
Vice-presidente do IGA, Marcelo Swart acredita que o Tour do Milho tem, cada vez mais, contribuído para que o produtor tenha um leque de opiniões que resultam no melhor planejamento da próxima safra. “São informações e tecnologias que têm resultados práticos no plantio das safras futuras”, declara. Para Marcelo, os experimentos foram bem conduzidos e o IGA conclui mais uma etapa de sua trajetória.