O encontro ocorreu na Secretaria da Agricultura e contou com a participação de entidades do agro, secretarias e agências estaduais, instituições de pesquisa, assistência técnica e crédito rural.
A Agopa e o IGA participaram de uma reunião especial sobre o Programa Estadual de Bioinsumos. O encontro ocorreu na Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás (Seapa), na tarde de terça-feira, dia 14, e contou com a participação de entidades representativas de segmentos agropecuários, secretarias e agências estaduais, e instituições locais e nacionais de pesquisa, assistência técnica e crédito rural.
Conforme o secretário de Agricultura, Tiago Mendonça, o objetivo é discutir a estratégia geral do programa, compartilhar ações em andamento e incentivar a cooperação técnica entre os participantes, de forma a impulsionar a utilização dos insumos biológicos em Goiás e no Brasil. “Queremos que 2022 seja o ano do grande salto dos bioinsumos no estado e no país”, diz
Goiás foi a primeira unidade federativa a criar uma Lei Estadual de Bioinsumos. A Lei nº 21.005, de 14 de maio de 2021, tem a finalidade de ampliar e fortalecer a adoção de práticas para a evolução do setor agropecuário, com a expansão da produção, do desenvolvimento e da utilização de bioinsumos e sistemas de produção sustentáveis. O texto legal está servindo de modelo para outros Estados e o Distrito Federal.
Presidente da Agopa e do IGA, Carlos Alberto Moresco explica que a reunião matutina traçou um planejamento estratégico da Lei de Bioinsumos para o estado. “São diretrizes sobre o que tem que ser feito, quem e como deve ser feito. O objetivo é que Goiás tenha um modelo piloto que sirva de inspiração para o resto do país e do mundo”, pontua.
Bioinsumos
À tarde, foi a vez do lançamento oficial do projeto de bioinsumos do estado. Este foi o momento para que as instituições se pronunciassem. Os bioinsumos são produtos de base vegetal, animal ou microbiana, destinados ao uso na produção, no armazenamento e no beneficiamento agropecuários, e nos sistemas de produção. São capazes de interferir positivamente no crescimento, no desenvolvimento e nos mecanismos de resposta de animais, plantas, microrganismos e substâncias derivadas. Entre os benefícios estão: diminuição do impacto ambiental da atividade, produção de alimentos mais saudáveis e redução da dependência de fertilizantes e defensivos importados.
Destaque para o Projeto Biofábricas do IGA, que busca um manejo da lavoura mais sustentável por meio do uso de microrganismos benéficos à agricultura. Uma forma para alcançar este objetivo é o uso do manejo integrado de defensivos químicos com produtos biológicos no manejo de pragas, doenças e nematoides no campo.
O Projeto consiste em uma biofábrica no IGA, em Montividiu-GO, e outras cinco unidades dentro de fazendas associadas. Os testes, ajustes e buscas de tecnologias são definidos e realizados nessas fazendas. A unidade do IGA desenvolve pesquisas de campo e no laboratório de controle de qualidade. O IGA acompanha e analisa os trabalhos em busca de sua validação.
Para o pesquisador e coordenador do projeto Biofábricas do IGA, Robério Neves, o propósito da reunião foi levantar ideias e conhecimentos para abrigar um maior ecossistema de inovação de bioinsumos. “Fomos convidados para dar sugestões e criar objetivos e ações para incentivo dos bioinsumos em Goiás”, afirma.
O encontro ocorreu à tarde, mas, de manhã, uma reunião técnica colocou diferentes pontos e objetivos econômicos, institucionais, científicos que têm que ser melhorados, avaliados e aprovados pela Seapa. Para Robério, essas ações buscam desenvolver novas cadeias de bioinsumos para aumento de seu uso. “Foi considerada nossa experiência de mais de um ano nessa tecnologia e certamente podemos contribuir para o avanço dessa tecnologia em Goiás”, considera.
Diretor da Agopa e IGA, Paulo Shimohira considera que o secretário da Seapa, Thiago Mendonça, acertou em cheio quando propôs discutir políticas de bioinsumos com toda a cadeia produtiva do agro. “Com a participação e apoio de todos, será mais rápido para que todo o estado se envolva com a tecnologia de bioinsumos, algo que atinge a todos, grandes e pequenos agricultores”, avalia. De acordo com Paulo, os benefícios são enormes para o meio ambiente e para a redução de custos com defensivos. “Podemos acabar com quaisquer críticas acerca do uso de defensivos químicos feitas por alguns países e setores sociais”, termina.
Diretor executivo da Agopa e do IGA, Dulcimar Pessatto Filho ressalta que uma política estadual de bioinsumos traz vários benefícios. “Podemos criar uma regulamentação mais clara para o uso dessa tecnologia, trocar experiências com outros desenvolvedores desses insumos e alcançar um número maior de produtores. Todos ganham com essa iniciativa: os agropecuaristas, os consumidores e o meio ambiente”, finaliza.