
08/06/2023
A reunião contou com uma rodada técnica na biofábrica da fazenda, além de um tour nas lavouras com manejo biológico.
Diretores da Agopa e produtores de algodão estiveram na Fazenda Pamplona, do grupo SLC Agrícola, em Cristalina-GO, para uma apresentação utilização de insumos biológicos na lavoura. O encontro ocorreu nesta terça-feira, 6 de junho.
A reunião contou com uma rodada técnica na biofábrica da fazenda, além de um tour nas lavouras com manejo biológico.
Para o pesquisador e coordenador do Projeto Biofábricas do Instituto Goiano de Agricultura (IGA), Robério Neves, foi bom conhecer o planejamento do uso de biológicos da SLC, o que eles têm alcançado em melhorias para o uso desses insumos para a cultura do algodão. Robério destaca ainda a troca de informações com a equipe do IGA sobre controle de qualidade, e a importância de haver um laboratório que acompanhe os resultados desses insumos e a sua aplicabilidade nos campos do IGA e dos produtores que possuem laboratórios com produção desses insumos.
Gerente da Pamplona, Marcelo Peglow destaca que, desde o início da biofábrica na fazenda, a empresa buscou trabalhar no tripé formado por pessoas qualificadas para a tarefa (analistas de laboratório, monitores de praga, engenheiros agrônomos, etc), processos e padrões bem definidos e controle de qualidade, desde a chegada do inóculo, a sua multiplicação e a aplicação final.
O foco da apresentação, diz, foi mostrar aos participantes o que a fazenda Pamplona vem fazendo nesse contexto, com casos de sucesso e comparativos de lavouras que utilizam produtos químicos e biológicos. “Além de serem eficientes, os bioinsumos têm um custo bem menor e maior sustentabilidade”, destaca.
A cotonicultura, complementa, tem recebido um maior uso de produtos biológicos. Uma evolução gradativa que segue o processo nas demais culturas.
Resultados
Presidente da Agopa e do IGA, Haroldo Cunha participou do encontro, juntamente com outros produtores que estão envolvidos no processo de produção de bioinsumos on farm. “A SLC já produz bactérias e fungos, com resultados em áreas que recebem esses produtos. Fomos ver o que esses resultados têm trazido para o campo”, afirma. Haroldo considera que esses dados possibilitam avançar mais no uso dos biológicos no controle de doenças de parte aérea, além do que já é desenvolvido para controle de doenças de solo e liberação de fósforo, por exemplo.
Haroldo destaca o trabalho de controle de qualidade da SLC, semelhante ao desenvolvido no IGA, garantindo a qualidade do material produzido nas fazendas que compõem o Programa Biofábricas.
Agricultura regenerativa tem boas perspectivas
Outro destaque é o uso de bioinsumos na agricultura regenerativa. Os participantes puderam conferir os talhões que a fazenda Pamplona tem trabalhado nesse conceito, e Haroldo adianta o IGA dará suporte técnico aos produtores parceiros na implementação desse sistema. “Vamos implantar talhões com esse conceito nas cinco fazendas que compõem o nosso projeto, com adoção de plantas de cobertura, aumento de palhada, incremento no uso dos bioinsumos e redução de produtos químicos, entre outras ações”, declara.
Entenda o Projeto Biofábricas
O Projeto Biofábricas é mais uma iniciativa do IGA que surgiu a partir da demanda de produtores que buscam um manejo da lavoura mais sustentável por meio do uso de microrganismos benéficos à cotonicultura. O Projeto consiste em uma biofábrica no IGA, em Montividiu-GO, e outras cinco unidades dentro de fazendas de produtores associados. Os testes, ajustes e buscas de tecnologias serão definidos e realizados nessas fazendas. A unidade do IGA desenvolve pesquisas de campo e no laboratório de controle de qualidade. O IGA acompanha e audita os trabalhos nas demais unidades, colhendo amostras para a análise de controle de qualidade no laboratório. Se há produção com qualidade e certificação laboratorial, o produto está pronto para ser usado de maneira ampla. A ideia é que o produtor realize a multiplicação dos microrganismos na sua própria fazenda, no modelo on farm.
O Projeto Biofábricas nasce com o objetivo claro de ganho sustentável. A redução de risco à saúde do trabalhador, o uso de material biológico e não agressivo ao ambiente e a redução de custos de produção mostram que o projeto atinge os três pilares da sustentabilidade.